Todos os povos da antiguidade desenvolveram e utilizavam métodos para buscar locais adequados para cada tarefa a que se propunham. O melhor lugar para se viver, o ponto adequado onde se construir um templo e mesmo os pontos estratégicos para a localização do trono do rei e de autoridades governamentais. Os métodos e o enfoque observados diferiam com o interesse de cada povo, por exemplo os povos nômades do deserto, como os Tuaregs, após uma longa jornada observavam onde seus cães se deitavam para descansar e exatamente ali erguiam suas tendas com a certeza de um descanso reparador durante a noite. Os romanos também se utilizavam dos animais para escolher o local onde erigiriam suas futuras cidades, deixando que pastassem ovelhas no lugar em estudo por um período de um ano após o qual examinavam o fígado destes animais e verificavam a salubridade da região.Já os chineses, com sua antiga arte de observação da natureza em busca da longevidade e da sabedoria, desenvolveram métodos especializados e requintados de harmonização de recintos, havendo épocas na história em que era proíbido construir sem antes a consulta de um geomante oficial do império para que este determinasse os locais ideais para se instalar casas, estábulos e demais construções.
No ocidente, mais especificamente na Europa, os antigos celtas e druidas com suas formações rochosas conhecidas como dólmens, meníres e cromelechs, desenvolveram a arte de harmonizar ambientes com pedras e determinadas ondas telúricas, afim de obter melhores colheitas, desenvolvimento da consciência, bem-estar, saúde e etc.
Estes conhecimentos foram paulatinamente sendo relegados a um segundo plano na medida em que novas noções de mundo foram se incorporando à sociedade e diferentes aspectos da realidade foram sendo mais ou menos ressalvados; as religiões passaram a tomar o espaço dos conhecimentos de observação da natureza, negando-os como crendices pagãs ou absorvendo-os e transformando-os em santos ou divindades. O pensamento científico em nome da “iluminação” da razão passou a questionar e a aniquilar as percepções humanas naquilo que não fizesse parte dos cinco sentidos ou das faculdades de pensamento, exigindo pesos, medidas e explicações para tudo, pouco a pouco perdendo sua própria essência e deixando de ver os fenômenos e propor explicações para tentar enquadrar a natureza e o universo dentro de seus estritos limites horizontais, negando as partes mais sutis e sofisticadas do homem, mutilando sua capacidade de auxiliar a criação e gerando uma humanidade destrutiva e predadoramente inconsequente. As inúmeras guerras também foram responsáveis pela destruição de documentos e tradições orais ao incorporar a imposição da cultura dos vencedores como forma de dominação dos povos subjugados. Na atualidade, existe uma tendência a reavivar todo o tipo de conhecimento antigo. Um movimento coletivo global está gradativamente redescobrindo e sistematizando para nossa mentalidade o que pensavam e faziam os antigos viventes de nosso planeta. E também como marca de nossa era este conhecimento não está vindo como existia no passado, mas chega às nossas mãos setorizado, delimitado, cientificamente categorizado sem a marca de unidade que existiu quando foram criados. Portanto a harmonização de ambientes é mais uma parte deste conhecimento ancestral que está vindo a tona.
O carro chefe desta linha no Brasil é o tão famoso Feng Shui chinês que devido à sua beleza, harmonia e eficácia ganhou o grande público não sendo mais nenhum mistério. Uma outra vertente do mesmo assunto foi desenvolvida na Europa e atende pelo nome de Radiestesia e Geobiologia, sendo que as duas trabalham com praticamente a mesma base diferindo nos instrumentos de que se utilizam para diagnose e nos métodos de neutralização e/ou harmonização das zonas consideradas perturbadas ou negativas.
Allan Lopes - Geobiologia